De pernas pro ar!

sábado, 22 de março de 2008

Pensando nisso...

"A palavra é podrer. Ao esgotar seu significado, esgotamos nossa permanência". Fabrício Carpinejar

A idéia de um discurso veio pronta à minha mente. Minhas opiniões e questionamentos pareciam tão plausíveis quanto um abraço viria a calhar bem naquele momento.

Me sentia como detentora de um bem estimado por muitos. Ganhadora de um prêmio deveras concorrido.

De imediato, um frio percorreu por completo minha espinha. Um medo, ou talvez uma insegurança, teimou em me dominar. Aquela repentina reação fazia sentido.

Meu intelecto, até então preguiçoso, sentiu as cãibras de uma vida sedentária. Para onde teria ido meu vocabulário? As poucas palavras que conheço teriam que dar conta do recado.

Mas seriam elas bem interpretadas? Conseguiriam elas transmitir tudo aquilo que há muito tento explicar? Fazer sentido era o que menos me importava. Minha recente pretensão já se encarregava das minúncias negativas que poderiam me afetar.

Em poucos minutos incontados, o texto estava lá, pronto para ser lido e julgado. "Ele se foi", era como o texto começava. mas a frase poderia, sem esforço, encerrá-lo. Seus grandes feitos e revoluções iniciadas em seu nome estariam, a partir daquele momento, privadas de seu autor. Um nome sem personagem.