De pernas pro ar!

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Observações da morte: A menina que roubava livros

Lendo o livro A menina que roubava livros, esse trecho me chamou muito a atenção. Pareceu-me oportuno nesse 11 de setembro, 7 anos depois do famigerado atentado ao World Trade Center.

(...) às vezes a raça humana gosta de acelerar um pouquinho as coisas. Aumenta a produção de corpos e das almas que escapam. Umas tantas bombas costumam resolver a questão. Ou umas câmaras de gás, ou a conversinha de canhões distantes. Quando nada disso conclui os procedimentos, pelo menos despoja as pessoas de seus meios de subsistência, e passo a ver gente sem teto por toda parte(...) e há anos em que as almas e os corpos não se somam, multiplicam-se.

Dizem que a guerra é a melhor amiga da morte, mas devo oferecer-lhe um ponto de vista diferente a esse respeito. Para mim, a guerra é como aquele novo chefe que espera o impossível. Olha por cima do ombro da gente e repete sem parar a mesma coisa: "Apronte logo isso, apronte logo isso." E aí a gente aumenta o trabalho. Faz o que tem que ser feito. Mas o chefe não agradece. Pede mais.