Uma moça, uma jovem, uma menina recém-tornada mulher. Aos 15 anos cometeu um erro, um crime aos olhos do Estado. Foi presa por furtar, mas a condenaram por um crime maior, um crime muitas vezes imperdoável, mas em alguns casos, afiançável. A jovem foi condenada por ser mulher.
Dizem por aí que ela é culpada. A mulher é uma cobra que envenena os homens contra seus próprios extintos. Dizem também que quem erra tem que pagar, independente da natureza do erro. Poucos têm coragem de dizer que a moça era quase uma menina. Menina que foi vítima de violência. Usaram sem excrúpulos, seu corpo e sua alma.
Pouco se ouve sobre aqueles os quais não se pode culpar. Nada parece acontecer aos que tinham o dever de guardar e proteger. Homens condenados por crimes que se sentem no direito de cometer outros crimes. Outros homens que cometem crimes amparados pela lei.
A nitidez da podridão do Sistema Carcerário no Brasil parece não mais nos abalar. É bem verdade que nos dizemos revoltados, mas nossa atitude não é de revolta, é de omissão. O Estado fechou os olhos para o problema, e a sociedade se calou diante das consequências.
Para situar:
Um comentário:
Acredita que escrevi uma coisa com a mesma linha de pensamento sobre isso?! o título era "sexo frágil".
Muito bom o texto. Beijo
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