E nesse embalo eu vou
Do meu poema torto e piegas
Me desfazendo da derrota
Que a vencer
Do prêmio incômodo
De um sorriso no canto
Do rosto aflito
E talvez, quase que já dançando
No fundo do quadro sofrido
Colorir de branco
Trincar o cristal do seu troféu com meu grito
Sinto dizer,
Não há mais roteiro
Nem cortinas para esconde-lo
E enquanto o gélido silêncio invade o salão
Vejo apenas seu contorno
Na penumbra
Olhos fechados, mãos no rosto
O suor que escorre
Embriagado com o próprio desespero
Na cena principal.
Foto: Melina - Flickr Honey Pie!